domingo, 20 de dezembro de 2009

A Tal Criança


Esta postagem não é religiosa!
O texto está aqui apenas por uma convicção social.
Gostei da metáfora.

Nesta época de felicidade obrigatória e consumismo compulsório, desejo, ao menos, que todas e todos tenham uma refeição decente, alguém para abraçar e um bom motivo pra despertar na manhã seguinte!


Entre o Menino Jesus e o Papai Noel

(Antonio Cechin e Jacques Távora Alfonsin)


Em que lugar, hoje, Maria e José obteriam acolhida para o parto iminente do filho esperado? Se estivesse nascendo agora, com qual criança mais se assemelharia o Menino Jesus? Às vésperas do seu aniversário, parece de todo oportuno procurar-se responder tais perguntas, já que o natal é a celebração de um nascimento que mudou a história da humanidade toda.


Pela sua conhecida pobreza, a mãe o pai procurariam, quem sabe, a emergência de algum hospital que atenda pelo SUS. Ansiosos, são recebidos no balcão de informações, em meio a um grupo grande de gente doente e triste, cabeça baixa, esperando chamada, com uma senha na mão.


Começa, mais de dois mil anos depois, a histórica desculpa: “Não. Lamentamos. Vocês terão de procurar outro hospital. Vejam que até os nossos corredores estão lotados. Não temos um leito, sequer, disponível, nem médicos e enfermeiras suficientes para tanta gente.”


Sem o dinheiro que, como se sabe, dificilmente deixa de abrir qualquer porta, batem na sacristia de uma Igreja. “Não. Aqui não se pode hospedar ninguém. A gente batiza, reza missa todos os domingos, faz a catequese da primeira eucaristia, celebra casamentos, exéquias de pessoas falecidas. Uma vez por mês reunimos a comunidade num almoço. É verdade que temos hospitais, também, mas eles são obrigados a cobrar internações porque os subsídios públicos nunca chegam em dia e os atrasos estão levando todos eles à falência.”


A preocupação e a angústia crescendo, José meio desesperado, Maria sentindo as primeiras contrações, resolvem tomar o rumo da periferia urbana para, quem sabe, em algum galpão abandonado, a mulher consiga parir, quando menos, abrigada.


Lua que se acende e apaga no andar das nuvens, por ela conseguem entrever algumas luzes, ouvir algumas vozes numa corrente de barracas de lona preta estendida na beira da estrada. Denunciados pelo latido dos cachorros, chegam muito envergonhados numa delas. Um casal tão pobre como os recém chegados, levanta o candieiro para identificá-los e pede para eles entrarem imediatamente, pois já adivinhou que a urgência não admite outro gesto.


Maria, já sem tempo, consegue se deitar num acolchoado velho que, no chão da barraca, serve de cama para o casal. Três crianças, duas meninas e um menino, dormem profundamente, recolhidas num canto mais abrigado. Os visitantes mal conseguem se apresentar. “Eu sou Laurindo. Prazer.” “Eu sou Joana, prazer”. Juntamente com José, passam a se movimentar ligeiro, como se tivessem ensaiado, pois a coisa toda não pode acabar mal. Os homens reavivam brazas que já estavam agonizando num fogo de chão, achegam gravetos que sobraram do uso anterior que cozinhou só feijão, por sinal queimado, pelo cheiro que ainda se sente. A fumaça toma conta do ambiente e faz arder os olhos de quem espera, agora, numa ansiedade do tipo que afoga. A mulher conseguiu ferver água e escaldar uma faca de cozinha, à vista de Maria, mal coberta por um lençol surpreendentemente limpo que uma vizinha, avisada do caso, lhe alcançou.


O homenzinho se livrou do ventre materno, separado pela faca de Dona Joana, a um choro alto e forte, de quem sorve o primeiro ar e reclama a primeira mamada.


Uma alegria aliviada se desata. Serena, se apossa de todos.. Os ocupantes das outras barracas, tudo gente sem-terra e sem-teto, que também ainda não encontrou lugar para ficar, como o pai e a mãe do recém nascido, acorrem pressurosos em ajudar. Laurindo e Joana honrados, Maria e José confortados, há um que de solidariedade amorosa, feita de palavras e gestos, todo o mundo querendo repartir o pouco que tem com o casal de viajantes que festeja a chegada do primeiro filho.


No outro lado da cidade, muito longe dali, um foguetório faz-se ouvir, a noite se enche de sons, risos, as ruas, as árvores e os edifícios cobertos por milhares de pequenas lâmpadas coloridas, piscando, são cercados por gente que troca presentes, se abraça, anda atrás de um papai noel arquejante, vermelho na roupa e no rosto, o cabelo e a barba branca artificiais mal dependurados num gorro já meio caído, pelo peso de um saco que ele balança nas costas, cansado de representar, apenas, um papel.


Comparadas essas pessoas, comparados esses lugares, será aqui, ou lá, que o Menino Jesus nasceria hoje? Entre a pobreza e a escassez de lá, ou a fartura e até o desperdício daqui? Por tudo o que a criança viveu e ensinou depois, soube-se que ela acabou sendo perseguida, tanto pelo poder político, como pelo econômico e, até, o religioso. Acabou morrendo numa cruz, resultado de um julgamento no qual nem o direito de defesa lhe foi garantido.


A semelhança do seu nascimento e da sua vida com o nascimento numa barraca e a luta que empreendeu depois em favor das/os pobres, não nos deixa duvidar de que, hoje como ontem, são milhares as crianças que nascem nas condições miseráveis nas quais nasceu o Menino Jesus, e são muitas/os as/os adultas/os sem-terra e sem-teto que morrem por defender a mesma Justiça que Ele defendeu.


Entre a devoção que se presta ao Papai Noel e o Menino Jesus, então, há uma distância que beira ao escárnio. Substituir esse por aquele, no natal, é como dar-se preferência às coisas, às mercadorias, aos símbolos do consumo, do que às pessoas, aquelas que conosco vivem, especialmente as que, como a Tal Criança, é necessitada e pobre.


Há um tal poder de repressão a esse povo pobre, do qual Ela fazia parte, que até as farmácias caseiras e as escolas itinerantes que, por força de sua própria condição humana, ele é forçado a criar, em defesa de sua dignidade, são destruídas pela perseguição que contra ele movem forças públicas e privadas. Não raro, como aconteceu recentemente aqui no Rio Grande do Sul, algum/a dos/das seus/suas integrantes derrama o seu sangue sobre a terra que lhe é negada, como negada foi a hospedagem “normal” para José e Maria.


Como Jesus Cristo, esse também é um povo crucificado. Em vez de andar atrás de um velho ridículo, então, o natal nos convida mesmo é a descer esse povo da cruz, incorporar o seu sofrimento, servindo-o ao ponto de enxugar-lhe os pés, assim seguindo o exemplo de Quem nasceu, viveu, amou e morreu por ele.


Fonte da imagem: http://media.photobucket.com/image/beb%25C3%25AA%252Bpobre/psytasya/ma2.jpg

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quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

O Beijo e a Aids

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Neste "Primeiro de Dezembro", Dia Mundial de Luta Cotra a Aids, o tema foi "Viver com aids é possível. Com o preconceito não".

Porém o preconceito continua tão grande que foi preciso essa nota:

NOTA DE ESCLARECIMENTO

1. As reações contrárias ao beijo da campanha do Dia Mundial de Luta
contra a Aids 2009, mesmo que isoladas, indicam que ainda há um grande
caminho para se percorrer sobre o tema do preconceito e da
discriminação contra as pessoas soropositivas. Informações incorretas
como a de que o beijo transmite o HIV só colaboram para aumentar o
estigma que cerca a doença e para negar a essas pessoas o convívio
social pleno.

2. Ao contrário do que alguns veículos de comunicação noticiaram desde
o lançamento da campanha, beijo na boca não transmite o vírus da aids.
Líquidos corporais, tais como suor, lágrima e saliva concentram apenas
anticorpos contra o HIV e partículas virais não infectantes (fragmentos
de proteínas virais).

3. As formas de transmissão do HIV, cientificamente comprovadas até o
momento, são por meio do contato direto com fluidos genitais masculinos
e femininos (sexo vaginal, anal ou oral desprotegidos), pelo sangue
(transfusão de sangue não testado e pelo compartilhamento de seringas e
agulhas contaminadas) e pelo aleitamento materno quando a mãe vive com
o HIV.

5. Não existe nenhum caso descrito na literatura científica em todo o
mundo que comprovadamente tenha demonstrado que o beijo transmitiu o
HIV.

6. Nesse sentido, as campanhas e ações de prevenção da transmissão do
vírus devem ser direcionadas para as reais exposições de risco.
Qualquer mensagem que reforce o preconceito contra soropositivos deve
ser desmistificada.

7. Foi com base nessas evidências científicas que o Ministério da Saúde
optou por usar o beijo como símbolo da aceitação, do acolhimento e da
proximidade, perfeitamente possíveis entre casais sorodiscordantes -
quando só um dos parceiros é soropositivo.

Mariângela Simão
Diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais
Ministério da Saúde

Para conhecer e fazer download do material da campanha, clique AQUI!

Abaixo, um dos vídeos.

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quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Igbá-Iwà: O Feminino na Criação do Universo


No dia 20 de junho de 2008, Kiusam de Oliveira, pesquisadora, coreografa e bailarina, enviou um email intitulado “Convite para Audição”, buscando voluntárias e voluntários para um curso de dança-afro.

Ali começava a jornada rumo ao espetáculo de dança "O Feminino na Criação do Universo", que estreou dia 28 de novembro de 2009, em Diadema, com o Teatro Clara Nunes lotado!

O mais interessante é que esse não é um grupo de dança “convencional”. É um grupo formado por mulheres e homens da comunidade, que não só se aproximaram da arte da dança, mas também das reflexões sobre gênero e raça na sociedade contemporânea brasileira. Sobretudo o viver, habitar, se relacionar o/com o “corpo da mulher negra”.

Os atos do espetáculo nos contam sobre a criação do universo segundo a Tradição Africana Iorubá. A música, executada ao vivo, é tão vibrante quanto as cores do figurino e o ritmo dos passos.

Após o espetáculo não resisti e fiquei na fila da tietagem, pra dar um abraço em Kiusam. Inclusive comentei que, recém chegada de Moçambique, reconheci na coreografia alguns dos passos de danças que observei por lá. “_Muita pesquisa!", respondeu ela, com seu generoso sorriso.

Fica a dica! Quem não teve a oportunidade de estar em Diadema, o grupo fará nova apresentação em São Bernardo do Campo-SP.

Igbá-Iwà: O Feminino na Criação do Universo
Data: 11 de dezembro de 2009 (sexta-feira)
Horário: 20 horas
Local: Sindicato dos Metalúrgicos de SBC
(Rua João Basso, 231. Centro-Ferrazópolis/SBC)
ENTRADA FRANCA
Mapa do local: clique aqui.

Ficha técnica:
Coreografia e Direção: Kiusam de Oliveira
Cenário: Rose Vilhen
Figurino: Hamilton de Paula
Fotografias desta postagem: Ligia Oki
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sábado, 28 de novembro de 2009

Hugh Masekela

Já terminando o mês da “Consciência Negra” no Brasil, deixo aqui um pouco de música.

Não é musica brasileira! É de um negro africano que conheci em minhas andanças por Moçambique.


Hugh Masekela é sulafricano, mas em algum lugar ouvi dizer que, na verdade, ele é moçambicano. Será? Seja como for, o povo de Moçambique o adora.


Tive a oportunidade de assisti-lo ao vivo no Festival de Jazz que aconteceu em Maputo, em abril de 2009. Fiquei encantada, “mesmo não entendendo a letra”! Afinal quem me conhece sabe de minha resistência a ouvir música que não entendo... Porem a música de Masekela “operou um milagre”...


1) Um clipe com música e dança, que ilustra um ritual tracidional.

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2) Uma de suas músicas mais famosas, remixada.

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3) Em um show ao vivo, em 1986. Tocada ainda hoje em seus shows.

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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Contra o Estigma e o Preconceito

Gostei do material! Embora a campanha seja contra o preconceito no Brasil, o melhor é que não exista preconceito, estigma e ações de discriminação em lugar nenhum! Pra difundir pelo mundo, o material tem legendas em outras línguas!


“ONU lança campanha “Igual a você” contra o estigma e o preconceito no Brasil
Iniciativa dá voz e notoriedade aos direitos humanos de estudantes, gays, lésbicas, pessoas vivendo com HIV, população negra, profissionais do sexo, refugiados, transexuais e travestis e usuários de drogas. Veiculação iniciará no dia 16 de novembro em emissoras de televisão de todo o país!

(...)

Estigmas e preconceitos cotidianos

De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), uma das facetas do racismo se revela na remuneração média da população brasileira: homens brancos (R$ 1.200), mulheres brancas (R$ 700), homens negros (R$ 600) e mulheres negras (R$ 400).

O ambiente escolar também é outro local de resistência à diversidade. Segundo pesquisa de maio de 2009 realizada em 500 escolas públicas pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira – INEP e Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE, 55% a 72% dos estudantes, professores, diretores e profissionais de educação demonstram resistência à diversidade por meio do indicador “distância social”. O maior distanciamento é verificado com relação aos homossexuais (72%).” (Agência UNAIDS)


Para ler o texto acima na íntegra e fazer download dos vídeos em portugues, espanhol e inglês, clique AQUI.


Aproveitando a proximidade do Dia da Consciê(ncia Negra (vinte de novembro), começo por esse!


População Negra:


Refugiados:


Travestis e Transexuais:


Profissionais do Sexo:


Lésbicas:


Gays:


Pessoas Vivendo com HIV:


Crianças Vivendo com HIV:


Estudantes:


Usuário de Drogas:


TODAS E TODOS IGUAIS A VOCÊ!


IGUAIS A NÓS!



domingo, 15 de novembro de 2009

Notícias Africanas 11 (Inhambane)


Calhou de meu último final de semana em Moçambique ser feriado prolongado.


Assim, nada melhor que conhecer um novo lugar para fazer da despedida algo especial. Foi então que soubemos que muitos dos moradores “com carro e/ou algum dinheiro” de Maputo vão para as praias de Inhambane, passar feriados ou férias.


Maputo fica no litoral, porém é uma região de porto, com águas turvas. Bonito é ver os grandes navios no vai e vem em sua baia. Já o banho de mar e a esticada na areia é possível, mas não estão na categoria de “um convite irrecusável”. Por isso quando podem, os habitantes de Maputo se deslocam cerca de 500 km, para as paradisíacas praias mais ao centro do país.


Então, sem carro e com algum dinheiro, decidimos de supetão a ida para Inhambane. Depois de muitas horas na internet e no telefone, tínhamos a reversa em um hotel e as passagens de avião. As muitas horas foram necessárias porque em terras moçambicanas as informação não estão todas on line. E mesmo quando há alguma, o acesso se dá por caminhos tortuosos.


A aventura começou já no aeroporto, onde nos deparamos com o avião! Era um avião brasileiro, com 27 lugares, e eu nunca tinha voado em avião tão pequeno. Se bem que quando saí do Brasil em direção a Moçambique nunca tinha estado em um avião tão grande! Quando vi o avião gigante em solo brasileiro pensei: esse aí não sobe nunca! Quando vi esse menorzinho pensei: esse sobe, mas vai se desintegrar durante o vôo.


O vôo Maputo-Inhambane é curtinho, mas tem escala! A escala é feita quase no destino, e pelo que deu pra perceber é ali que ficam os estrangeiros mais endinheirados ou as pessoas que guardam uma graninha pra um “passeio especial”. É que neste aeroporto ficam as vans que irão transportar os hóspedes do “Flamingo Bay”, um hotel tchananans e que tem os chalés sobre as águas. Muito parecido com umas fotos que já vi da Tailândia. Para quem está acompanhado de menores de 12 anos e/ou não tem muitos dólares no bolso, resta suspirar e seguir viagem. Seguimos!


A Praia do Tofo é muito simpática. Os seus varais coloridos, onde os moradores que vivem do comércio expõe seus produtos, recebem os turistas com alegria, gingando as cores com o vento! Na praia, muitos quilômetros de areia e água suficientemente limpas. Na ponta direita ainda se pode escalar um morro coberto por pedras e vegetação e descobrir, quando se chega ao topo, que aquilo é uma duna que se entende pro outro lado, lado de uma linda praia deserta.


No sábado, um evento mensal atraiu muita gente para o Tofo. É “O Dia da Limpeza”. Voluntários se distinguem por suas camisetas temáticas (flores para a limpeza da praia e mergulho para a limpeza do mar). Tudo começa bem cedinho e, terminada a limpeza, a parte da tarde é reservada para curtir a praia (e promover nova sujidade).


Já que o Tofo estava muito cheio, fomos passear na Praia da Barra! Estávamos receosas, pois nos contaram que lá só podia entrar branco! Segundo um negro moçambicano de Maputo os sulafricanos queriam levar o apartheid para Moçambique. E como fizeram isso? Construíram hotéis e restaurantes na praia, de modo que ela ficou totalmente fechada, e o acesso só se dá passando por esses estabelecimentos. Assim, os moçambicanos, que são majoritariamente negros e pobres, não freqüentariam esses locais. Logo, a praia ficava “privativa”.


Mas não foi tão mal! Entramos pelo dito hotel, nos acomodamos em esteiras e já desfrutávamos da larga faixa de areia fina e branca, quando surgiu um grande grupo de moçambicanos! Eles entraram por outro acesso, trazendo em suas mãos comidas e bebidas para passar o dia. No Brasil, chamaríamos de “farofeiros”, mas lá, estão mais pra “frangueiros”, porque levam os frangos para assar na beira da praia. E, assim, com o coração mais aliviado por ver que há formas de burlar a segregação, o mar de ondas bravas ficou mais bonito!


Fim do dia, voltamos pro hotel e tivemos a melhor noite do passeio. Uma banda de jazz tocava no restaurante do nosso hotel, a céu aberto, na orla da praia. Muita gente confraternizando e dançando muito! Moçambicano adora jazz! O show também era parte da programação d’O Dia da Limpeza. Entre as músicas muito dançantes, até um pouco de Djavan. Música boa e boa companhia... Que mais eu poderia querer em meu último final de semana em terras africanas? Não deu pra resistir, fomos festar junto!


No domingo, ainda fizemos um “Safari Marinho”... Mas isso conto outra hora! Porque esse texto era só pra “intruduzir” o Safari, mas acabei escrevendo demais.

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Foto inicial, Praia do Tofo. Fonte:http://lh5.ggpht.com/_vW9_0kWYUdY/SBIdvnFs1tI/AAAAAAAAATc/s452rwbTfwk/DSC01724.JPG

Foto Final, Hotel Flamingo Bay. Fonte: http://www.tagasafarisafrica.com/images/mozambique-resorts-flamingo-bay-water-lodge-pic1.jpg

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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Minha minissaia não é um convite


Com tanta coisa circulando sobre Geisy, a moça expulsa da Uniban após ter sido violentada verbalmente por ir à faculdade com um vestido curto, não me animei pra escrever nada.

Animei sim pra postar uma poesia que li no NewYorKibe. Ela é parte de um trabalho muito interesante chamado "Os Monólogos da Vagina", onde a autora viajou pelo mundo perguntando a mulheres muito diferentes coisas sobre sua vagina. Essa pesquisa virou um peça de teatro, livro e DVD.


Poesia de Eve Ensler e tradução de Raphael Neves

"Minha minissaia não é um convite
uma provocação
uma indicação

do que eu quero

ou dou

ou que eu flerto.

Minha minissaia

não está implorando por isso

não está querendo que você

a arranque de mim

ou a abaixe até o chão.


Minha minissaia

não é um argumento jurídico

para você me violentar

ainda que já tenha sido
e não vai servir de prova
em nenhum tribunal.


Minha minissaia, acredite ou não

não tem nada a ver com você


Minha minissaia

tem a ver com a descoberta
do poder das minhas pernas

e do ar frio do outono passeando

pelo interior das minhas coxas

tem a ver com tudo o que eu vejo

ou passo ou sinto viver dentro de mim.


Minha minissaia não é prova

de que eu seja estúpida

ou indecisa

ou uma menininha maleável.


Minha minissaia é meu desafio

e você não vai me amedrontar

Minha minissaia não está se exibindo
é esta que eu sou

antes que você me faça cobri-la

ou disfarçá-la.

Acostume-se.

Minha minissaia é felicidade

Eu posso me sentir no chão.

Sou eu aqui.
E eu sou gostosa.


Minha minissaia é liberação

bandeira no exército das mulheres

Eu declaro estas ruas, quaisquer ruas

o país da minha vagina.


Minha minissaia

é água azul turquesa

onde nadam peixes coloridos

um festival de verão

na escuridão estrelada

um pássaro cantando

um trem chegando em uma cidade
estrangeira

minha minissaia é um rodopio

um suspiro profundo

um passo de tango

minha minissaia é
iniciação

apreciação

excitação.


Mas acima de tudo minha minissaia
e tudo que ela cobre

é Meu.

Meu.

Meu".

Para ler a nota de expulsão, clique AQUI.
Para assinar o manifesto contra a Uniban, clique AQUI.
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Fonte da imagem e texto sobre a invenção da minissaia: http://www.fashionbubbles.com/2006/a-invencao-da-mini-saia/

sábado, 7 de novembro de 2009

Fraude na enquete do Senado?


Ontem, assim como muitas pessoas, divulguei o tanto quanto pude a enquete da Agencia Senado, que votava sobre a aprovação da lei que pune atos de homofobia!

E, para minha surpresa, no final do dia, a parte da enquete no site não carregava. No seu lugar, apenas um espaço em branco!

Pensei que era problema com meu provedor... navegador... Até que algumas pessoas começaram a entrar em contato e dizer que não estavam achando o lugar de votar... Logo, o problema não era na minha máquina.

E não é que, ontem mesmo, o site ParouTudo.com divulgou uma suspeita de fraude: na madrugada houve 250 mil votos! E em um certo período de 6 minutos, 5 mil votos foram computados!!! Ah, os votos eram "NÃO"! Ou seja, votos contra o projeto de lei que pune os atos de homofobia!

Bem, já passadas 24h, faço nova tentativa de votar no "SIM" e a enquete ainda não carrega!
A essa altura alguns pensam que o melhor seria zerar a enquete e começar de novo.
Eu já penso que, depois disto tudo, não dá mais pra confiar neste processo de consulta de opinião.

Para ver a denuncia de fraude com detalhes, clique AQUI.
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sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Homofobia: vote para punir!


Projeto que pune homofobia é tema de nova enquete
(Da Redação / Agência Senado)

"Os leitores da Agência Senado estão convidados a opinar sobre o projeto de lei da Câmara 122/06, que considera crime a discriminação por orientação sexual.

Pelo texto da relatora Fátima Cleide (PT-RO), a incitação ao preconceito; o impedimento de acesso ao mercado de trabalho; a restrição manifestações de afeto em locais públicos; a recusa de hospedagem; ou a demissão motivada por homofobia podem ser punidas com penas que vão de um a cinco anos de reclusão.
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O projeto é polêmico e tramita no Senado desde o final de 2006, quando foi aprovado na Câmara. Uma dos argumentos levantados por seus opositores é que ele fere o direito à liberdade religiosa e o direito à opinião.
A enquete ficará no ar durante todo o mês de novembro."
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Vote! Convide seus amigos e familiares para votar!
É possivel votar uma vez ao dia, de cada computador!
Coloque esse compromisso na sua agenda! Mesmo!

Caso você consiga votar mais que uma vez ao dia, será ótimo!
Assim você ainda acompanha a batalha po SIM ficar em primeiro colocado!

Você é favorável à aprovação do projeto de lei (PLC 122/2006) que torna crime o preconceito contra homossexuais?
Para votar clique AQUI !

A enquete está do lado direito da página que abrir após seu clique!
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A imagem que ilustra essa postagem é o resultado da homofobia! A moça foi agredida durante a parada de Campinas em 2004. Se até na parada rola agressão, imagine nos outros dias??
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Fonte da imagem e respectiva informação: http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2004/06/284703.shtml
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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Dia das Bruxas à Brasileira


Mais um Dia das Bruxas!
Por muito tempo só via a coisa “americanóide” dessa data... Na verdade, nem sei muito sobre o "como quando e por que" surgiu...


Mas boas resignificações são sempre bem-vindas!
Pra bruxa mulher comemorada em sua força, autonomia, magia, mistérios é muito interessante...
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A bruxa Lilith, curandeira, amazona, despudorada, corajosa, que de tanto não compactuar com o ideal machista de submissão, levou o nome de bruxa!

Sendo assim, salve a bruxa em cada uma de nós!

E, pra coisa ficar mais brejeira, nada como uma musiquinha tocada na viola. E a abóbora é bem-vinda! Não para caretas, e sim temperadinha na panela/caldeirão!
É... um dia das bruxas bem à brasileira!

Rasta Bonito (Almir Sater e Renato Teixeira)

Se proteja moço
Que essa noite o frio
Vem cortando a alma
Vem que vem no cio
Vão se ouvir ao longe
Um mundo de gritos
Da dança dos lobos
O rasta bonito

Se você conhece
Você é um lobo
Que saiu das matas
Pra jogar o jogo
Mas na lua cheia
Você fica aflito
Sai na janela
E uiva bonito
Iêiêêêêêêêê....

Ao bater a noite
Seu olhar em brasa
Olha para a lua
No teto da casa
Um neon na mesa
O som nas alturas
Você vira um bicho
E o rasta te cura
Iêiêêêêêêêê....

O temor amigo
É um mito antigo
Tanto tempo faz
Que a gente se arrepia
Alma do outro mundo
Gosta é de poesia
Dos bares da moda
E de muita folia

Pode ser agora
Pode ser um dia
Pode ser jamais
E você não sabia
Que nas sextas-feiras
Das noites aflitas
As bruxas possuem
As moças bonitas
Iêiêêêêêêêê....


Aqui, um pouco do Rasta Bonito... Não está inteira, mas dá pra sentir a levada!
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Fonte da imagem: http://api.ning.com/files/hObPfrykIIeV5qCCiODzOT0fs*TOTvOzMrjokgtykypGg7vLs3*4tJvumMsQa0jRqM8mVoenK55Tss4o88iKgwOyY*k4Tn1U/Lilith.jpg

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Todos os Direitos para Todas as Mulheres!


Embora me sobrasse vontade, eu não pude ir ao "IV Encontro Feminista do Paraguai".

Abaixo, compartilho com vocês o manifesto escrito durante o encontro.

Mesmo que algum dado seja específico do Paraguai, as reinvindicações são o que também desejamos para o Brasil ou Moçambique; para América Latina ou África; para países pobres e países ricos...

Se tais reinvindicações forem atendidas, avançamos na construção de um mundo mais justo, solidário e cidadão, para todas e todos!
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Manifiesto del IV Encuentro Feminista del Paraguay
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TODOS LOS DERECHOS PARA TODAS LAS MUJERES
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Nos encontramos en este espacio feministas de todos los rincones del Paraguay, con nuestras historias, nuestras penas, nuestras luchas, nuestros deseos, nuestras ganas de estar, de conversar, de discutir, de criticarnos, de planear, de divertirnos y de aprender unas de otras y entre todas.

Agradecemos la hospitalidad de San Bernardino, ciudad que nos recibe por tercera vez en este encuentro donde ponemos en común y soñamos con caminos para que todas las mujeres tengamos los derechos que hoy la mayoría no puede ejercer.

Tenemos algunos motivos de rabia, en especial contra las mentiras fundamentalistas que pretenden que cualquiera tenga derechos sobre nuestros cuerpos, menos nosotras. Pero también con la gran alegría de contar por primera vez en la historia de nuestros encuentros feministas la presencia organizada y las actividades de compañeras trabajadoras domésticas, de trabajadoras sexuales y transgénero, pues sólo con la voz propia de ellas podremos construir un mundo sin discriminaciones.

Recordaremos estos días, 23, 24 y 25 de octubre de 2009 como días maravillosos para el feminismo del Paraguay, días de arte, días de creatividad, días de debates y disenso, de conocernos y reconocernos con compañeras con quienes compartimos este camino de lograr todos los derechos para todas las mujeres.

Salimos de este IV encuentro dispuestas a:
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Terminar con la discriminación laboral legal de las empleadas del servicio doméstico, con la discriminación real salarial y con el acoso sexual en el trabajo.

* Construir un país sin marginación y sin discriminaciones para las lesbianas y para las personas travestis, transgéneros y transexuales, donde la diversidad sexual sea reconocida y valorada.

* Exigir al gobierno que cumpla sus promesas con los pueblos indígenas y se hagan realidad los derechos de todas las mujeres indígenas, cuyas condiciones de vida han empeorado en los últimos 5 años.

* Estar codo a codo con las mujeres rurales para que haya una reforma agraria integral con igualdad de género. ¡Basta de dilaciones! ¡Tenemos todo para terminar con la pobreza vergonzosa, el Paraguay es un país rico, con tierras fértiles y gente empobrecida!

* Repudiar la violencia en todas sus formas. Lo hemos hecho ante intentos de golpe de Estado, ante el asesinato político y ante los secuestros. Pero no es posible que las autoridades y la población sigan cruzándose de brazos ante la persistencia de la violencia hacia las mujeres, ni que los periodistas continúen hablando de crímenes pasionales ante los asesinatos de las mujeres, ni que se normalicen el tráfico y la trata de mujeres niñas y niños con fines de explotación sexual. La violencia de género no es un problema de las mujeres solamente, ni sólo de la Secretaría de la Mujer, es una violación constante de los derechos humanos de la mitad de la población.

* No más muertes de mujeres, que se declare emergencia ante la persistencia de los altos índices de mortalidad materna, muertes evitables, muertes debidas a la pobreza, a la ignorancia y a la penalización del aborto en el Paraguay.

* Queremos educación de calidad para todas las personas del Paraguay y en cambio persisten el analfabetismo, la deserción escolar y prácticas que desconocen que el Paraguay es un Estado laico y un país diverso. Es urgente una educación de calidad para la igualdad de oportunidades y la convivencia entre diferentes.

* Hoy somos el país con más baja participación de mujeres en órganos de decisión y en las esferas políticas y públicas. La paridad es sólo cuestión de voluntad política y ya no admite dilaciones. Queremos un 50% de mujeres en los cargos electivos, al frente de los ministerios y en los tres primeros niveles de toda la administración pública ¡Ya!

* La injusticia en todo sentido y especialmente la del Poder Judicial hace que no se administre justicia sino que se decida con parámetros sexistas, clasistas, racistas y lesbofóbicos. La renovación del Poder Judicial con un sistema de nominación despartidizado es el urgente primer paso hacia nuestro acceso a la justicia.

* Construir y posicionar como derechos a los derechos sexuales y reproductivos, al trabajo y al cuidado, con corresponsabilidad entre todas las personas, pues son derechos de los que disfrutaremos colectivamente.

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POR LA APROBACIÓN DE LA LEY CONTRA TODA FORMA DE DISCRIMINACIÓN, LA LEY DE LENGUAS Y DE LA LEY DE SALUD SEXUAL Y REPRODUCTIVA

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POR LA VIGENCIA DE TODOS LOS DERECHOS PARA TODAS LAS MUJERES
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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Escândalos Invisíveis (Osvaldo Russo)


"A destruição de 2 hectares de um laranjal, plantado em extensa área pública da União ocupada ilegalmente por uma grande empresa privada, orquestrada pela mídia e pelos interesses do agronegócio, escandaliza.

Enquanto isso, milhares de famílias estão acampadas em beira de estradas, trabalhadores são escravizados em pleno século 21 e trabalhadores rurais, líderes sindicais, religiosos e advogados são assassinados no Brasil.

Mas isso não escandaliza.

Milhares de processos estão travados na justiça emperrando as desapropriações para fins de reforma agrária e deixando sem solução os crimes do latifúndio e de sua pistolagem.

Mas isso não escandaliza.

As denúncia são sobre casos de trabalho escravo contemporâneo atingem um recorde histórico no Brasil, de acordo com o relatório "Conflitos no Campo Brasil 2008", elaborado pela Comissão Pastoral da Terra, que registra 280 ocorrências no ano passado. Ao todo, os casos relatados pela CPT envolveram sete mil trabalhadores, 86 deles crianças e adolescentes, tendo havido 5,2 mil libertações.

Mas isso não escandaliza.
(...)

Ideólogos do agronegócio escravocrata tentam explicar o injustificável, chegando a afirmar que 'o principal objetivo desse trabalhador em eventual fuga da fazenda e posterior retorno trazendo a fiscalização trabalhista não seria apenas evitar o pagamento da dívida contraída com o empreiteiro, mas, talvez muito mais importante, receber a multa de vários milhares de reais, comumente imposta pelo fiscal ao agricultor e em favor do trabalhador, sob a acusação de prática de trabalho escravo por parte do fazendeiro. Além disso, os trabalhadores libertados passam a receber seguro desemprego, sendo possível que, depois, passem a receber também Bolsa Família'.

Mas isso não escandaliza.
(...)

Antes da Abolição, a rebeldia dos escravos escandalizava, mas o açoite neles não."
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Alguns grifos são meus...

Para ler o texto na íntegra, clique aqui.
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sábado, 17 de outubro de 2009

Notícias Africanas 10 (Pemba, que não é de Angola)


Nas últimas Notícias, falei das viagens ao redor de Moçambique. Hoje vou contar da viagem que fiz a Pemba, capital da província de Cabo Delgado, região norte de Moçambique!

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Antes da viagem, já foi interessante alguns colegas de trabalho moçambicanos admirando a visita à Pemba. Então me dei conta que quase ninguém conhecia aquela província. Isso devido a distância e, consequentemente, aos preços daquele deslocamento.

Assim como no Brasil, onde só os mais privilegiados conseguem conhecer uma região bem distante de onde vivem, lá acontece a mesma coisa. Moçambique é grande! E Maputo é no Sul do país. É mais fácil, ir à África do Sul.


Mas, voltemos a Pemba! Ali encontramos a terceira maior baia do mundo! E, talvez, a mais linda! Suas águas são multicores. Pinta-se de azul escuro (índigo blue), azul claro, verde água e transparências quase irreais!


Passeando de barco pela baia, podemos nadar em jardins de corais, junto a peixes de diversos tamanhos e cores. Ver estrelas do mar e ser surpreendidos por um bando de golfinhos! Segundo explicações locais, eles gostam do barulho do motor do barco e vem saudar os visitantes! Curioso também é a percepção do nosso condutor! Homem do mar avista os golfinhos quando apenas ondas são perceptíveis para moças da terra.

E as belezas da terra são muitas. Primeiro o majestoso hotel, cuja arquitetura denuncia a proximidade de Pemba com o Oriente, quer seja o “médio”, quer seja o indiano. Mas para não torturar ninguém com meus conhecimentos tortos sobre o tema, confiram na fotografia isso que falo da construção!

E, em terra, encontramos ainda um dos mais ilustres símbolos africanos: o baobá! Aqui chamado de imbondeiro! A visão da grande árvore já nos arremessa para as lembranças do “Pequeno Príncipe”! Mas sobretudo é uma visão praticamente mística. Talvez seja impossível olhar para essa árvore, ao menos uma vez, e não se admirar de algo... Os sentimentos podem ser diversos, mas para mim foi que aquela vida era plena e forte e grande e imponente e gigante e acolhedora e geradora e bastante e bastava.

Confesso que mesmo com as distâncias continentais, pensei na “Pacha Mama”, divindade feminina, Deusa de origem andina, que é cultuada em alguns lugares da América do Sul, principalmente na Bolívia. Não conheço muito sobre ela, mas uma das coisas que sei é que está ligada a terra, e às vezes é representada por uma árvore. Humm, e se é uma Deusa, bem que poderia esta alí no "meu baobá"...

Posteriormente, um homem de Pemba, que vive em Maputo, me contou que o imbondeiro é usado em alguns rituais tradicionais. Quando uma pessoa precisa de mais força, saúde, coragem, quando está passando por momentos na vida que necessita de muita ajuda, faz-se um rito junto ao imbondeiro, pedindo-lhe a força que tanto demonstra ter. Algumas pessoas ainda cavam seu tronco e fazem ali sua morada.

Eles existem aos montes! Na cidade, na mata, nas ilhas... Estão por todo canto! Estão também no caminho “das compras”.

Apesar de não ser uma “Meca do Consumo”, Pemba conta com um artesanato admirável. Encanta-me as esculturas em madeira (e as histórias que os vendedores contam sobre elas, caso alguém mais curios@ pergunte...). Mas particularmente, o que chama a atenção da maioria dos turistas, são os brincos, colares e pulseiras feitas de fios de prata. O metal é trabalhado aos fiozinhos, formando verdadeiras rendas metálicas, belíssimas!

Há também uma rua onde se pode comprar capulanas muito diferentes das encontradas em Maputo. Elas são capulanas da Tanzânia, país que faz divisa com Cabo Delgado. Frente a tanta beleza, difícil é resistir a esses tecidos... Um pouco mais difícil é convencer o “Raio X” do aeroporto que não há problemas em levar essas capulanas.

Como assim, convencer o “Raio X”? Bem, é que no aeroporto não existe essas tecnologias, então antes de sair da cidade sua mala e você são submetidos a uma revista a moda antiga: a visão e o tato das funcionárias e funcionários do aeroporto!

Seja como for, não é nada complicado ou invasivo! Se tiver oportunidade de grandes viagens, conheça Pemba!
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