domingo, 27 de fevereiro de 2011

Cenas de Racisno no Brasil - IV

Eu sei, seu sei, o blog está pa-ra-do. Aquela coisa de sempre: o tal tempo difícil de administrar. Muito trabalho somado à um mínimo de lazer, resulta em poucos momentos pra cuidar da "coluna do meio", que é o caso deste espaço.

Sendo assim, antes que o mês termine sem nenhuma linha, venho contar mais uma cena racista. Afinal, há tanto material vivido com esse tema, que (infelizmente) fica fácil escrever sobre.


Cenário: Metrô de São Paulo. Linha Azul. Jabaquara-Tucurivi.

Estação Jabaquara
Na primeira estação, o vagão vazio, acomoda todos sentados.

Estação Conceição
Muitas pessoas entram. Alguns bancos preferenciais estão vazios. Portas são fechadas. Os bancos preferenciais são ocupados após todos os que teriam direito a eles se acomodarem.

Estação São Judas
Saem quatro. Entram seis. Segue.

Estação Saúde
Cena monótona. Pouca variação da anterior.

Estação Praça da Árvore.
Uma velha senhora entra no vagão. Imediatamente à sua frente está uma mulher, sentada no banco azul, que não preenche os requisitos do banco preferencial.
De pé, a senhora olha para a mulher sentada. Verifica a cor do banco. Vira-se e procura outros bancos preferenciais potencialmente vazios.
Sem sucesso em sua busca, anda sem dificuldades até o outro lado do vagão. Lá cutuca uma outra mulher que, assim como a primeira, estava inadequadamente sentada no banco preferencial.
A mulher cutucada, que antes dormia, imediatamente se levanta e cede o lugar. A senhora senta. Não agradece.

Estação Santa Cruz
...

Estação Vila Mariana
...

Primavera
...

Verão
...
A indignação não passa.
A mulher desperta logo à frente seguiu sentada.
A mulher que dormia mais distante foi cutucada.
A primeira era branca.